segunda-feira, 29 de julho de 2013

POLÍTICA: perdição nacional?

Habitual colunista no «Jornal de Negócios» à sexta-feira e quase sempre conotado com as posições do Partido Socialista (pelo menos enquanto José Sócrates foi primeiro-ministro), o artista plástico Leonel Moura tem evidenciado um crescente pessimismo durante estes dois anos em que muitos dos avanços verificados no Governo anterior acabaram sabotados por passos coelho e seus apaniguados. E sem a firmeza de uma indignação digna desse nome.
Na sua crónica mais recente ele alerta para a inquietante transformação em curso: A sociedade portuguesa está a mudar. Rapidamente. Não só nesse abrupto empobrecimento económico que dizima modos de vida, mas igualmente num outro tipo de empobrecimento, cultural e intelectual. Portugal está num processo de imbecilização geral.
Mais adiante ele concretiza em que fundamenta esses sinais de regressão: O regresso da mentalidade salazarenta e do seu modelo do português pobrezinho, honrado e temente a Deus. A quantidade de gente que aparece agora a exigir poupança, a criticar qualquer iniciativa que implique investimento ou simplesmente qualquer audácia, impressiona.
Hoje é uma boa notícia quem faça qualquer coisa banal com lixo, uns sapatos, uma mala, mas não quem exprima ambição e deseje conquistar o planeta com uma nova ideia ou produto. A visão mesquinha, pequenina e miserabilista invade a comunicação e as cabeças, afastando Portugal ainda mais do mundo.
O pessimismo de Leonel Moura leva-o a concluir: É assim que do governo de salvação nacional nos resignamos por estes dias ao governo da perdição nacional. Não é bonito de ver.
Embora reconheça fundamento para a visão deprimida de Leonel Moura sobre o atual estado das coisas, desejo sinceramente que esteja rotundamente enganado. E que, parafraseando Daniel Filipe, depois de tanto sofrimento, surja a tal janela aberta, vibrantemente iluminada.


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