domingo, 4 de agosto de 2013

POLÍTICA: a Trafaria escapa aos seus pretensos coveiros!

O terminal de contentores não mudará afinal de Lisboa para a Trafaria. A acreditarmos no secretário de Estado dos Transportes os calendários para a execução desse projeto irão ser revistos. Forma eufemística de dizer que o adiamento será indefinido.
Pessoalmente só posso congratular-me com esse dobre de finados por mais um ataque inqualificável à praia aonde passei um período grato da infância e já tão seriamente desfeada pelo terminal de cereais ali imposto em má hora. Porque, de facto, a margem esquerda do rio em geral e a Trafaria em particular, mereciam melhor sorte, assim houvesse ousadia para um investimento tipo Polis, que começasse no Olho de Boi em Cacilhas e se estendesse até à Cova do Vapor, incluindo o Porto Brandão e o respetivo Lazareto, associado com outro de igual ambição desde o antigo Bico da Areia até ao Meco.
Faltará o dinheiro dirão os conformados do costume! Mas o futuro não é dos timoratos, que se resguardam na invocação da sua insignificância. E a demonstração de como o retorno de tão ambiciosa obra é exequível poderia atrair capitais hoje parados por falta de ideias luminosas e com capacidade de virem a gerar receitas garantidas num prazo aceitável.
Que potencial turístico se poderia conseguir com tão ambicioso projeto! Se em vez de imaginarem um pais vocacionado em indústrias de pouco valor acrescentado para competir com a Macedónia a nível europeu (impostos baixos para os investidores e salários da ordem dos 300 euros mensais, segundo nos informa o Daniel Oliveira numa crónica do “Expresso”!) os nossos pretensos visionários optassem pela exploração inteligente das extraordinárias condições naturais a um passo da capital, seriam muitos os empregos criados à conta da inserção da Costa Azul nos itinerários mais utilizados pelos turistas de todas as latitudes. Conquanto, obviamente!, se tivessem presentes as (más) lições colhidas no Algarve não replicando os atentados ali cometidos.
Importa, pois, saudar a luta de todos os habitantes da Trafaria em prol da defesa da sua terra e dos almadenses em geral. Mas não só: se se tiver em conta que se soube , entretanto, que os contentores desembarcados na Trafaria teriam de seguir em batelões para a margem norte, com o que isso implicaria de custos adicionais à mercadoria desembarcada no porto de Lisboa, compreende-se melhor a razão do anunciado adiamento de tão absurda ideia.
É que, ademais, ninguém em Lisboa se manifestou contra a manutenção do porto na margem direita do rio, porque não faltam, por essa Europa fora, o exemplo de grandes cidades a terem nos seus portos um dos seus maiores potenciais de desenvolvimento!


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