terça-feira, 19 de novembro de 2013

HISTÓRIA: o Mundo segundo Cristóvão Colombo

Em 1492 um homem audacioso empurrou as fronteiras conhecidas do mundo então conhecido. Faz quatro viagens  e empurrou a História da Idade Média para um Novo Mundo. O seu nome era Cristóvão Colombo.
Nascido em Génova iniciara-se muito cedo nas artes da navegação e da cartografia. Fascinado pelo livro de viagens de Marco Pólo, aspirou encontrar uma nova rota para as especiarias orientais, dificultadas pela conquista otomana de Constantinopla. Mas, mais do que essa ambição da sua condição de comerciante, estava empenhado em navegar para além das costas já conhecidas e definir a exata forma do mundo, que se sabia esférico, mas ainda com tantas fronteiras para atravessar.
Em Sevilha estudou todas as obras ali disponíveis sobre a geografia terrestre e tentou calcular a distância entre a costa da Península Ibérica e essas Índias para as quais pretendia encontrar uma rota por ocidente. Com essas contas apresentou-se perante os reis de Portugal e de Espanha para que lhe financiassem o projeto. Em Lisboa, os cartógrafos de D. João II constatam um óbvio erro de cálculo e desaconselham o solicitado apoio. Já Fernando e Isabel, os Reis Católicos, decidem arriscar um pequeno investimento e facultam a verba necessária para que Colombo aparelhe três naus e as respetivas tripulações, com que parte em 3 de agosto de 1492 em direção ao sul.
A experiência leva-o a bordejar a costa africana até ao Golfo da Guiné, aproveitando então os ventos alíseos para enfunar as velas rumo a ocidente, atravessando as intimidantes águas do Mar dos Sargaços, que chegam a inquietar os marinheiros.
Trinta e quatro dias de navegação depois de verem terra pela última vez, a «Santa Maria», a «Niña» e a «Pinta» voltam a vê-la: julgam tratar-se de uma das ilhas de Cipango (o nome então dado ao Japão), mas é uma das que pertencem ao arquipélago das Bahamas. Tocam depois em Cuba e aportam a La Hispaniola, na atual República Dominicana, julgando-se no Sul da China.
O naufrágio da «Santa Maria» ali ocorrido confronta o almirante com a impossibilidade em levar todos os tripulantes nas duas outras naus. Daí que decida deixar 39 marinheiros na ilha, incumbindo-os de construírem o que virá a designar por Forte de la Natividad.
Quando regressa a Espanha está convencido de ter descoberto a almejada rota alternativa para as Índias. Entusiasmados, Fernando e Isabel investem mais ambiciosamente noutra expedição, já constituída por 27 navios e que parte para ocidente apenas cinco meses depois de Colombo ter dali chegado. Como objetivo já leva gente suficiente para colonizar os novos territórios, que for encontrando.
A chegada a La Hispaniola é dececionante: encontra o forte destruído e os marinheiros ali deixados tinham-se matado entre si ou haviam acabado assassinados pelos índios.
Cria então outra colónia, Isabella, tendo como programa apossar-se de terras, submeter os índios e encontrar ouro. Quando se convence de ter condições para prosseguir viagem, zarpa em direção a Cuba, mas ainda não é dessa vez, que encontra a Terra Firme correspondente ao continente asiático.
Regressa a Espanha para preparar uma terceira expedição, que decorrerá entre 1498 e 1500, ou seja entre o momento em que Vasco da Gama chega à Índia e Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
Dessa feita, e porque já fora assinado o Tratado de Tordesilhas, a coroa portuguesa autoriza-lhe a passagem por Cabo Verde de forma a ensaiar uma rota mais a sul. Mas vai parar á embocadura do rio Orenoco, que o faz vacilar nas certezas quanto a já estar a explorar a costa oriental da Ásia.
Recordando um tratado de cartografia medieval, que defendia a existência de quatro, e não três, continentes, interroga-se se terá encontrado o mirífico Paraíso Terrestre sulcado de rios luxuriantes.
Na colónia por ele estabelecida anos antes, conhece uma revolta, que o destitui de governador e o envia prisioneiro para Espanha aonde é exigida a nomeação de novo responsável político para essa nova possessão ultramarina. Desgostoso com o rumo dos acontecimentos, Colombo alberga-se num mosteiro franciscano, embora sem chegar a tomar as ordens.
Sempre convencido do seu plano de chegar às especiarias ocidentais a partir de ocidente, ele ainda consegue organizar uma quarta expedição, que decorrerá entre 1502 e 1504 e será um desastre. Durante semanas os seus navios são fustigados por furacões e a solução acaba por ser a de encontrar abrigo na Jamaica, aonde, esgotado, doente e quase enlouquecido, esperará pelo socorro enviado de Espanha.
Quando morre em 1506 cessa a amargura do fracasso, desvalorizada que está a prodigiosa aventura em que se notabilizou!

(Documentário: «O Mundo Segundo Cristóvão Colombo» de Paolo Santoni)



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