sábado, 14 de junho de 2014

O último bastião de um forte sitiado (e em iminente ruína!)

Quero ser simpático com António José Seguro e conjeturar como única explicação para uma tão ostensiva fuga à clarificação da liderança do Partido Socialista exigida pela grande maioria dos militantes e dos simpatizantes por se sentir insuportavelmente pressionado pelos brilhantes, pelos belezas e pelos laranjeiras, que pululam no Largo do Rato.
De facto deve ser complicado para quem assentou a sua ascensão a secretário-geral num núcleo de indefetíveis arrivistas que, autosobrevalorizados quanto às suas competências e capacidades, sonharam imitar o célebre e grotesco telefonema de dias loureiro ao pai quando chegou a ministro.
Podemos reconhecer que não será fácil desiludi-los, quando tudo se parecia conjugar para vê-los realizar o sonho das suas vidas.
Quero mesmo ser complacente com António José Seguro e pensar que um conhecido jornalista da nossa praça não tinha razão quando, há dias, formulou a hipótese de ainda virmos a descobrir que ele é bem pior do que é. Porque, quando várias federações, a maioria dos deputados e milhares de militantes andam a exigir um Congresso Extraordinário e Diretas para secretário-geral, o último bastião a que os seus defensores se agarram são esses Estatutos alterados oportunamente para dificultar a possibilidade de os militantes opinarem sobre a liderança do Partido sempre que se justificar. E se neste momento essa auscultação é mais do que urgente!
Mesmo que saísse derrotado do Congresso Extraordinário, que não quer tornar exequível, António José Seguro seria recordado com o respeito hoje reconhecido a um Vítor Constâncio ou a um Ferro Rodrigues, que não foram felizes na conjuntura em que foram secretários-gerais.
Infelizmente tudo se encaminha para que, após a sua derrota anunciada, António José Seguro venha a ser recordado como aquele, que contra todas as evidências, se recusou a respeitar a vontade dos militantes e dos simpatizantes socialistas. Por sobrepor egoisticamente a vontade pessoal àquilo que melhor serviria o Partido, ao ponto o pasokizar se for esse o custo de dificultar ao máximo a passagem a quem possa chegar onde já demonstrou não ter pernas para alcançar...


Sem comentários:

Enviar um comentário