sábado, 16 de agosto de 2014

Isto não é um líder!

Quer o anterior, quer o atual secretário-geral da UGT, são dos mais firmes apoiantes de António José Seguro às Primárias de 28 de setembro. O que se compreende!
Embora a CGTP não esteja isenta de críticas, até pela forma ineficiente como consegue defender os interesses dos seus associados (vide o que os professores perderam nestes três anos de tímida reação de Mário Nogueira às políticas de crato depois de o termos visto a arregimenta-los contra os governos de Sócrates nos seis anos anteriores!), a UGT tem sido uma espécie de adorno sindical, que a direita tem usado amiúde como forma de demonstrar a sua «capacidade» para a concertação social».
A central em causa tem tantos pecadilhos e grandes pecados, que uma futura história do sindicalismo português nestes últimos quarenta anos tenderá a trata-la de acordo com o que tem sido: uma inestimável ajuda para agravar sucessivamente a legislação laboral e favorecer os interesses do patronato.
O facto de João Proença e Carlos Silva estarem com António José Seguro é elucidativo, porque todos eles comungam a mesma lógica de aparentarem um discurso de esquerda para melhor iludirem o seu papel de defensores da mesma ideologia neoliberal da direita portuguesa. Mas, além dessa identificação ideológica com quanto prejudica os interesses de quem deveriam defender, também primam por um discurso às segundas, quartas e sextas, e outro totalmente diferente às terças, quintas e sábados.
Carlos Silva demonstrou-o isso recentemente quando, depois de ter criticado o Banco de Portugal por “querer correr com a família” Espírito Santo do BES, veio depois revelar o fruto da sua reponderação do assunto, assumindo que “é muito desagradável” e lhe causa “desconforto”.
Algo muito parecido com Seguro que, ora se dizia descansado, ora preocupado, ora surpreendido com os acontecimentos do BES. Ou seja o contrário do que deve ser precisamente um líder: aquele que comanda os acontecimentos em vez de por eles se deixar continuamente arrastar...


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