domingo, 12 de outubro de 2014

Começando a falar do BES e acabando em zombies

(1) Três factos que ficámos a saber nas primeiras páginas do «Expresso» e que nos sugerem algumas interrogações:
· No jantar do LIDE no Algarve, passos coelho já sabia de antemão, que iria ter ricciardi na sua mesa. Terá sido para discutir sobre o sexto remetente das comissões pagas pelos alemães sobre a compra dos submarinos?
· Ficou-se a saber que em dezembro de 2013  o Banco de Portugal já tinha conhecimento do buraco financeiro do GES. Ainda haverá quem duvide que a prioridade terá sido criar s condições para safar os amigos, antes de apresentar a fatura ao tal Fundo de Resolução, afinal constituído com dinheiro dos contribuintes?
· Tornou-se conhecida a zanga de crato com o seu secretário de estado casanova, que foi indicado pelo CDS.  Será que passos coelho só não os despede, porque teme ver assim o governo cair aos bocados?
(2) Pedro Santos Guerreiro também tem perguntas a fazer, especificamente sobre o BES, que gostaremos de ver respondidas na Comissão Parlamentar:
· Como é que Angola rasga uma garantia e ninguém contesta?
· Como é que salgado tem as contas congeladas no BES e paga uma defesa milionária?
· Que políticos eram pagos ou tinham familiares pagos pelo GES?
(3) Como jornalista, Martim Silva sempre se tem caracterizado por alinhar com posicionamentos políticos de direita. No entanto, na secção «Altos e Baixos» tem de reconhecer que “2014 tem sido fértil em assistirmos à queda de mitos do mundo empresarial”. Mas, mais contundentes são as suas palavras para criticar maria luís albuquerque: “uma coisa é alguém admitir um erro e corrigir caminho. Outra é dizer tudo e o seu contrário e atirar-nos areia para os olhos como se fossemos todos tolos”. Manifestamente a vida não está fácil para os jornalistas, que costumavam entusiasmar-se com os “gestores competentes” e com uma governação apostada na austeridade.
(4) Contra essa mesma austeridade insurge-se o Nobel da Economia, Joseph E. Stiglitz, verberando alguns governantes europeus tão fanáticos dessa estratégia quanto os jiahdistas são do Corão: “Dizer que o remédio está a funcionar porque a taxa de desemprego diminuiu uns dois pontos percentuais, ou porque se pode ter um vislumbre de crescimento escasso, é semelhante a um barbeiro medieval dizer que uma sangria está a funcionar porque o paciente ainda não morreu”.
(5) Como de costume uma das crónicas mais interessantes do semanário dirigido por Ricardo Costa é a assinada por Pedro Adão e Silva, que constata o atual ambiente de fim de ciclo político: “tendo em conta o estado a que o governo chegou, termos um governo normal fará, por si só, uma grande diferença. Até lá, o executivo manter-se-á (ou será ‘mantém-se’?) como um autêntico zombie político. Ora, como é sabido, os mortos-vivos são capazes de infligir muitos estragos. Pelo que devem ser parados quanto antes. Está tudo nos filmes de série B.” 

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