sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Lá teremos de aguentar com os calendários!

Por estes dias o que se escreve e o que se fala sobre nuno crato assume tal dimensão que se fosse verdade a crença popular segundo a qual a dor no ouvido esquerdo significa alguém estar a dizer mal de nós, estaria garantida uma otite hiperaguda ao inefável ministro. Por exemplo, no «Expresso Diário», António José Teixeira até lhe reconhece o “mérito” de ter feito do sempiterno Nogueira um personagem digno de consideração: “o outrora reorganizador do proletariado tem dado tantas e justas razões de queixa aos professores, que transformou o sindicalista comunista num resistente respeitável. É obra!”
Da mesma forma e na mesma edição, Daniel Oliveira declara o óbito do ainda ministro: “A incompetência, inexperiência e a teimosia acabaram por tramar o ministro que fazia da exigência, de rigor e do mérito o centro de toda a sua propaganda.
Quando, para criar mais um exame qualquer, voltar a repetir a sua lengalenga será impossível não sorrirmos. Afinal de contas, este é o ministro que nem dos mais básicos atos de gestão consegue tratar. Não passaria em qualquer exame, estaria na base de qualquer ranking. É por isso que Crato morreu politicamente. Perdeu no seu próprio terreno.”
Em abono da verdade até acredito que, nesta altura, passos coelho andasse a pedir aos santinhos para se ver livre dele e da sua colega da Justiça. Numa altura em que a primeira sondagem credibiliza a possibilidade de uma derrota humilhante nas próximas legislativas, livrar-se dos piores erros de casting do seu governo seria uma elementar medida de bom senso.
Há, porém, um problema: depois de terem um e outro posto os seus tutelados setores em chamas, quem se arriscaria agora a chamuscar-se no rescaldo?
Chegámos a uma situação em que passos e portas estão condenados a errarem no solitário labirinto em que se enredaram.
Haveria uma saída possível, que seria dar-lhes a misericordiosa morte ao governo, que ainda julgam deter. Mas quem teria poderes para o fazer  está mais mumificado do que eles próprios já estão…
Cumpram-se pois os calendários...

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