terça-feira, 21 de outubro de 2014

Não havia nexexidade!

1. São muitas as provas do fracasso do governo de passos coelho e de paulo portas ao longo destes três anos. O país ficou mais pobre, mais endividado, menos qualificado e com um futuro previsivelmente mais complicado. Mas maria luís albuquerque acrescentou mais um dado eloquente quando, hoje, esteve na Comissão Parlamentar da Economia: a redução de 8,5 pontos percentuais no défice entre 2010 e 2015 apenas contará com um contributo de 21% na despesa. Ora, junto da troika o governo comprometera-se a garantir que chegaria a 2/3.
Nem sequer para concretizar a sua ortodoxia ideológica esta direita consegue ser suficientemente competente. A menos que, como suspeitamos, a ideologia apenas lhe sirva de alibi para concretizar o seu verdadeiro programa: reduzir o Estado à sua mínima expressão como forma de não lhe permitir encontrar futuramente os meios necessários para cumprir os seus compromissos sociais.
2. Um dos mais memoráveis personagens interpretados pelo Herman José foi o Diácono Remédios, que costumava sintetizar a sua desaprovação do que comentava com o lapidar “Oh meus amigos, eze, não havia nexexidade!”
Foi precisamente isso que me veio hoje à memória quando soube de mais um comportamento estranho de Francisco Assis no Parlamento Europeu: ser o único socialista a levantar-se e a bater palmas ao último discurso de durão barroso na Comissão Europeia.
Ora durão foi precisamente o pior político que alguma vez esteve nessas funções. Por muito que a austeridade a qualquer preço tenha tido outros ideólogos, ele, qual camaleão, de bom grado a tomou como proposta sua e contribuiu para a crise recessiva em que deixa a Europa comunitária.
Ademais, depois de ter sido o mordomo de serviço para a mais estúpida e criminosa das iniciativas imperialistas da História do último meio século - a invasão do Iraque - nunca enjeitou a função de marionete da Casa Branca sempre que se tratou de fazer colar a Europa aos projetos da Casa Branca e do Pentágono. O estado em que deixa a juncker as relações com a Rússia - mostra bem como não só foi incapaz de exercer o papel de mediador entre os EUA e o país de Putin, como desempenhou papel significativo no apoio ao golpe de estado em Kiev.
Terá de ser o luxemburguês a resolver o imbróglio de, com o general inverno à vista, resolver a quadratura do círculo de não haver dinheiro para apoiar os atuais dirigentes da Ucrânia Ocidental, nomeadamente para lhes manter o acesso ao imprescindível gás para aquecimento e a economia minimamente funcional, e para infletir os efeitos recessivos na economia alemã ou finlandesa suscitados pelas contrassanções de Moscovo.
Argumentará Assis que terá saudado barroso por um compatriota, mas esse será o argumento mais risível, porque ele ter-se-á comprometido com Jorge Sampaio e com os portugueses em como os iria defender à frente da Comissão Europeia e por isso passava o cargo de primeiro-ministro a santana lopes. Ora, os portugueses só vieram a ser prejudicados pela sua ação.
Por tudo isso pode-se suspirar de alívio por, finalmente, têrmo-lo visto passar o testemunho a outro político, porque de algo podemos estar certo: juncker, por muito que tente, nunca conseguirá ser pior do que o seu antecessor.

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