domingo, 16 de agosto de 2015

A falta de ética de alguns protagonistas do nosso tempo

1. Há muitos anos, que sou um admirador quase incondicional do cartoonista António. Normalmente, quando compro o jornal, a sua opinião em forma gráfica é uma das minhas prioridades de leitor. E, esta semana, numa imagem que vale por mil palavras, ele diz tudo sobre uma personalidade minúscula, que tudo faz para se pendurar num escadote e tentar alcançar um patamar imerecido.
Por tudo quanto nos lembramos de Maria de Belém em funções governativas, empresariais e parlamentares nada nela permite vislumbrar as qualidades definidoras de alguém com uma postura de Estado. Ora, depois de dois mandatos de um sectário da estirpe de cavaco silva, bem merecemos ser representados por uma personalidade eticamente irrepreensível!
Pessoalmente até gostaria muito de ver uma mulher a representar-me como Chefe de Estado, mas a antiga presidente de António José Seguro numa das fases mais lamentáveis do Partido onde milito há mais de trinta anos, não preenche os requisitos políticos e comportamentais - a tal promiscuidade entre as funções políticas e a de quadro de topo do Grupo Espírito Santo! - justificativos de um potencial apoio.
Por tudo isso reitero o meu apoio a António Sampaio da Nóvoa, cuja entrevista ao semanário de Balsemão confirma todas as qualidades, que vejo escassearem naquela em quem os seguristas procuram apostar para uma segunda volta das Primárias de há um ano atrás…
Por muito que a imprensa de direita leve Maria do Belém ao colo para facilitar a eleição de um dos seus, acredito na sageza dos eleitores de esquerda para apostarem no único candidato em condições de dar substância representativa à maioria sociológica expressa frequentemente pelos eleitores em sucessivos escrutínios.
Infelizmente a habitual maioria de esquerda tem vindo a ser repetidamente sabotada pela incompreensível preferência dos comunistas e bloquistas em terem a direita no poder  dos socialistas com quem teriam a obrigação de convergir em muitas das políticas destinadas a reduzir as iniquidades e desigualdades prevalecentes na sociedade portuguesa.
2. Ainda na edição de hoje do «Expresso« surge o incrível caso de uma tentativa frustrada em se levar por diante uma homenagem a Aristides de Sousa Mendes por boicote ativo do embaixador português em Buenos Aires. De facto, a comunidade judaica local estava comprometida com o acontecimento e a própria Câmara Municipal já garantira o seu apoio. Até que entrou em ação o até agora desconhecido henrique silveira borges, o diplomata (?) em causa, a teimar na escusa da representação portuguesa em vincular-se ao evento.
Em condições normais de um país civilizado, esse embaixador já deveria ter sido chamado a Lisboa e prontamente substituído por quem prestigiasse o país em vez de, tão grosseiramente, o denegrir.
O caso serviu, porém, para demonstrar como o fascismo continua presente nalgumas representações diplomáticas portuguesas no estrangeiro, mais de quarenta anos depois da Revolução de Abril.

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