terça-feira, 4 de agosto de 2015

Viroses, desesperos e teapartizações

1. Nos últimos dias dei-me conta de existir algo ainda com maior capacidade de me irritar do que ouvir passos coelho ou algum dos seus cúmplices.
De facto, desde a passada semana, tive os meus equipamentos informáticos violentamente atacados por uma tal virose, que o programa antivírus mostrou-se incapaz de evitar sérios transtornos.
Não é que deixasse os invasores entrar nos sistemas operativos, mas os cavaleiros de tróia, que iam lançando impediam-me de escrever com o mínimo de atenção.
Agora que a situação já está resolvida num dos equipamentos, e em vias de o ser no outro, é altura de voltar à luta, fazendo das redes sociais e dos blogues uma das vias de comunicação com quem neles procura informação e opiniões sobre o andamento dos acontecimentos.
Eis-me, pois, de volta, de mangas arregaçadas, para ajudar António Costa e o PS a alcançarem a imprescindível maioria absoluta, que permitirá aos portugueses avançarem num novo rumo.
2. Ontem de manhã atravessei a Ponte Vasco da Gama no sentido norte-sul. A meio do tabuleiro deparei, no sentido contrário, com um significativo aparato: carros parados num dos desvios das faixas de rodagem, uma ambulância do INEM e pessoas a olharem atentamente para o rio a fluir a caminho da foz.
Não foi difícil adivinhar o que sucedera. E esse é um indicador, que ninguém utiliza, mesmo que compreensivelmente: o número de desesperados apostados em escaparem, através do suicídio, aos apertos suscitados por quatro anos desta desgovernação.
De quantos crimes é culpado passos coelho? Decerto que muitos, porque a realidade não se confunde com o panorama  azul celeste, que ele vislumbra como sendo o do país.
Muito embora as televisões teimem em selecionar como prioritárias as notícias tendentes a corroborar esse cenário fictício só um cego, surdo e mudo não consegue pressentir o desespero e a miséria, que pululam à nossa volta.
3. Num destes dias de nervos em franja ouvi de passagem a deputada cecília meireles a criticar o programa do PS por ser … socialista!
Num breve instante ainda cuidei estar a ouvir mal, mas quem estava a meu lado confirmou a parvoíce expressa pela referida deputada.
O que esperaria ela? Que o socialismo ficasse de fora do programa do PS? Para ser o quê? Uma variante do austericidio imposto pela coligação da direita nestes quatro anos?
Os que falam em nome do CDS e do PSD lembram o gatuno, que corre rua abaixo a apontar na direção do seu dedo e a gritar aos que o veem «agarra que é ladrão» Porque, embora já tivesse testado anteriormente esses limites, a direita portuguesa radicalizou-se e passou a estar bastante próxima das correntes ideológicas neofascistas.
E, por isso, para enganar os mais incautos, aposta na acusação de radicalização a quem se lhes opõe e denuncia essa sua deriva extremista. 
Hoje, até os mais insuspeitos comentadores como Pedro Marques Lopes, reconhecem a teapartização do PAF: além do inefável maçães a tecer loas a sarah palin, não falta quem à sua volta o imite com a mesma convicção.

Sem comentários:

Enviar um comentário