quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Um embaciamento que já não se consegue fazer luzir

Lá diz o ditado popular que, hora a hora, deus melhora. E, em contraponto, dia a dia, a campanha de passos & portas piora.
Ontem a escusa do chefe da coligação em deixar-se entrevistar pelo programa da TVI conduzido por Ricardo Araújo Pereira, garantiu-lhe a atribuição de um Guiness, porque pela primeira vez na vida, ele cumpriu uma promessa dada. No imaginário coletivo está bem incrustada a ideia de se tratar de um recorrente mentiroso em quem não se pode depositar a mínima confiança.
Hoje denuncia-o a publicação da carta por ele escrita a José Sócrates uma semana antes da vinda da troika. Muito embora fosse pública a tentativa do anterior primeiro-ministro em recusar tal solução, a carta agora transcrita pelo «Público» só confirma a avidez com que passos procurava impô-la.
Após o esgotamento da narrativa em torno de José Sócrates, é também a desminagem da armadilha, que julgava ter sobre quem fora responsável pela vinda da troika a deixá-lo cada vez mais desarmado.
Mas o que pior ainda lhe pode correr é tudo quanto se irá dizer sobre o Novo Banco até ao dia das eleições. No «Expresso Curto» desta manhã, escreve Pedro Santos Guerreiro: “Um prejuízo é um prejuízo. Não evaporou ao sol do verão, não voa com o vento do outono, não se afogará na chuva do inverno. Um prejuízo paga-se. Perde-se. Hoje, amanhã ou depois. Estes, aqueles ou nós. Se o processo do Novo Banco foi abortado porque a venda traria um prejuízo de pelo menos dois mil milhões de euros (o ‘Público’ fala em três mil milhões), reabilitá-lo para vender até à primavera não fará florir proveitos no lugar de perdas. Este processo foi um fracasso. Foi para o lixo. Começa-se de novo. E, sem explicar nada do que se passou, volta a prometer-se tudo sobre o que se vai passar.”
Com o BCP e o BPI a desvalorizarem perigosamente em função das decisões disparatadas de carlos costa e de maria luís albuquerque, este (des)governo está a converter-se em lixo tóxico até para aqueles que mais beneficiaram com a sua ação: os donos do sistema financeiro.
Num texto de ontem, aqui publicado, dava conta do desalento percetível nas afirmações menos contidas do ainda primeiro-ministro. É que, mesmo com marketeiros brasileiros contratados para lhe fazerem luzir a embaciada figura, passos coelho estará a sentir a contagem decrescente para a sua provável morte política.

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