quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Eu digo Presente!!!

Confesso a minha embirração de há muitos anos com o tipo de discurso e de comportamento de António José Seguro.
No seu pensamento nunca lhe detetei uma centelha de originalidade, sempre o vendo a repetir lugares-comuns com a jactância de quem se imaginava a proferir aforismos geniais. E, nos congressos, lá fui calando a indignação de o ver a multiplicar-se na prática típica do mais vulgar arrivista, cuja única estratégia se resume a criar uma intensa rede de contactos.
Em 2011 essa estratégia foi bem sucedida, porque o Partido ficou órfão do líder forte e determinado que, porém, não conseguira impedir o tsunami financeiro cujo epicentro acontecera do outro lado do oceano, mas cujos efeitos vieram fazer-se sentir na nossa beira-mar plantada.
Na altura escolhi apoiar Francisco Assis como mal menor, mas Seguro e os seus homens de mão tinham conseguido criar a ideia dele ser um líder sem brilhantismo, mas simpático o suficiente para cumprimentar centenas de militantes pelo nome, de deles saber laços familiares e as maiores preocupações, bem como o nome do papagaio ou doutro qualquer bicho de estimação lá de casa, se acaso sentisse disso necessidade para lhe angariar o seu apoio.
O resultado foram os três anos em que o Partido Socialista não fez oposição ao governo da direita, porque não havia pressas e seria preferível manter tudo em paninhos quentes, mesmo que crismados de violentas abstenções.
Jerónimo de Sousa tem razão quando marcou falta ao PS na luta contra o governo nesses três anos, mas perdeu-a ao omitir a diferença sentida no último ano, quando a vintena de deputados rebeldes apostados em recorrerem ao Tribunal Constitucional para pôr em xeque algumas das medidas mais violentas contra os reformados e os funcionários públicos, passaram a ter o apoio ativo da nova direção saída das Primárias de Setembro.
O que, hoje, critico a António Costa não foi a forma como conduziu a campanha contra tudo e contra todos: eu estive em muitas ações e reconheço terem sido feitos os possíveis e os impossíveis para contrariar a máquina de propaganda e de manipulação da direita, que teve na generalidade dos media, o ativo e, quantas vezes, execrável apoio.
O erro de António Costa foi imaginar que, depois das Primárias, a unidade dos que nelas tinham estado desavindos se diluiria e todos se disponibilizariam para unir esforços e dar o seu melhor para garantir o sucesso do Partido.
Nesse aspeto recordo um filme do Ingmar Bergman em que não se cuidava de matar o ovo da serpente (nazi), quando ele estava a ser chocado e, depois, ela saltava do ninho para causar o que se sabe.
O segurismo sempre correspondeu ao pior do PS: a gula de uns quantos medíocres por cargos e mordomias injustificadas pelos seus limitados talentos.  De um Álvaro Beleza, que até no hospital onde trabalha é extremamente mal visto pelos colegas, até ao Tó (no seu significado das palavras cruzadas) Galamba, passando pelo nada brilhante Dias, todos configuram um tipo de grupo ofídio a que os socialistas têm de cortar definitivamente as aspirações. Pena que Costa não o tenha feito ainda no ovo e os tenha deixado serpentear no Altis no dia das próprias eleições.
Numa altura em que António Costa deveria estar  unanimemente apoiado para levar por diante os desafios que se seguem  - a eleição para os dois principais cargos da República - o ruído estridente, que estes intriguistas fizeram soar só aproveita à direita.
Ao revelarem-se na sua verdadeira face de inimigos do PS, todos eles terão de ser escorraçados dos órgãos nacionais no próximo Congresso para que causem o menor mal possível. Porque bem avisado se é pelo provérbio popular, que avisa os riscos de se pouparem os inimigos...
Pessoalmente adio por mais algum tempo o desejo de gozar placidamente a minha reforma para dar o meu melhor esforço na luta, que agora se inicia.
Porque, se querem luta, tenho a certeza que milhares de simpatizantes e militantes socialistas estão prontos a dar o seu melhor para lhes garantir uma humilhante derrota.
Por isso, confiando em António Costa, eu digo presente para enfileirar no novo combate!!!

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