quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Os quadros do Miró são nossos, ponto!

Existem muitas diferenças, que tornam abissal a comparação entre os governos de António Costa e de Passos Coelho. Se as começássemos aqui a listar encheríamos páginas e páginas com o que um estragou e o outro está a tratar de reparar. Mas, se nos dessem apenas um exemplo para demonstrar essa oposição, poderíamos tomar a coleção Miró como exemplo. Onde Passos a quis rapidamente vender a preços de saldos, decidiu este governo que ela ficará na tutela pública e dará à segunda cidade do país um argumento acrescido para aumentar a atratividade junto dos que vivem o prazer de turistas associados aos do conhecimento da oferta cultural disponível.
Só podemos especular sobre (a falta de) as qualidades intelectuais do antigo primeiro-ministro e atual líder da oposição, mas podemos sempre conjeturar que, acaso conhecesse a obra do pintor catalão e adivinhasse o seu potencial  para enriquecer o património das obras artísticas que integram as coleções do Estado, nunca lhe passaria pela cabeça avançar para essa iniciativa, que só a determinação de quem se opunha a tal crime cultural conseguiu impedir. Não esqueçamos que a pressa era tanta em entregar esse excelente negócio à Sotheby’s, e a quem dele assumisse papel de comprador que, por duas vezes, chegaram a ser marcadas as datas para o seu leilão. E não poderemos, igualmente, ficar indiferentes aos que, furibundos por verem frustrados os objetivos da direita, lhe quiseram dar argumentos baseados na ideia de se tratarem de obras menores do artista e como tal perfeitamente dispensáveis.
Com tal mancha no currículo - complementado por todas as que acumulou nos quatro anos de desgovernação - como ainda é possível que haja tanta gente nas sondagens a dá-lo como um político credível?
Há por aí muita cabeça carecida de ser reformatada! 

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