terça-feira, 21 de março de 2017

O novo cavalo de batalha das direitas na CGD

As esquerdas ainda teimam em não aprender as lições que tudo quanto tem sucedido na Caixa Geral de Depósitos nos últimos meses, lhes já deveriam ter facultado.
O novo cavalo de batalha de Passos Coelho e de Assunção Cristas contra o banco público é o de contestarem os balcões, que irão encerrar um pouco por todo o país.
Perante a ladainha das direitas o que deveriam ter feito as esquerdas? Em primeiro lugar denunciarem-na como mais um exemplo de hipocrisia de quem andou anos a forçar a inevitável privatização, acabando por arrastar o maior banco nacional para a hecatombe em que deixaram todo o setor bancário. Depois, sem suscitarem parangonas, teria sido judicioso reunirem com Mário Centeno e Paulo Macedo para garantirem aquilo que eles já se apressaram a confirmar: não só existirão balcões em todos os concelhos do país como não deixarão de existir caixas automáticas nas zonas mais desertificadas. (Não seria má ideia localizarem-nas nas juntas de freguesia, que aí costumam funcionar como centros de apoio aos mais idosos).
A realidade bancária é hoje completamente diferente da que conhecemos até há relativamente pouco tempo. Quantos costumam ainda frequentar as agências se mais rapidamente podem resolver o que precisam nas caixas automáticas?
A mera constatação dessa inevitável evolução e o quanto exige estratégias incontornáveis na gestão do setor bancário deveria ser acolhida pelas esquerdas como elas sempre estariam obrigadas a concetualizar nas suas ações: se existem dinâmicas irreversíveis, é estúpido gastar energias a contrariá-las. O desafio de quem se considera progressista consiste em canalizar essas dinâmicas para a direção mais conveniente para o interesse coletivo. Aquilo que precisamente as direitas não querem nem conseguem entender.

Sem comentários:

Enviar um comentário